terça-feira, 21 de abril de 2009

Terminologia Biogeográfica - Áreas Core e faixas de Transição


A Biogeografia é um ramo da geografia física que possui vários termos e uma linguagem própria que lhe confere grande academicidade. Um dos grandes estudiosos da linguagem biogeográfica é o célebre professor Aziz Ab’Saber, que ao estudar os conjuntos vegetacionais do Brasil tropical, em conjunto com os aspectos climáticos e geomorfológicos, pode conceituar os domínios morfoclimáticos do país, e desta forma, pode elaborar uma divisão dos complexos paisagísticos do território brasileiro.

Para descrever cada domínio morfoclimático, Aziz Ab’Saber usou os conceitos de “Áreas nucleares” ou “área core”, e de “faixas de transição”. Estes termos são fundamentais para se estudar os domínios morfoclimáticos do Brasil.

Áreas nucleares ou áreas core refere-se a porção territorial onde predominam as características principais de um determinado bioma; ou seja, é a área onde os conjuntos faunísticos e florísticos de um dado ecossistema formam uma paisagem homogênea e que reúne as principais características fisionômicas deste bioma.

Já o termo “Faixas de transição” refere-se a faixas territoriais onde a paisagem é bastante complexa e mais heterogênea, apresentando elementos característicos de duas ou mais formações vegetacionais, ou seja, se configura em uma grande faixa diferenciada, que separa dois biomas distintos.

Estes dois termos, área core e faixas de transição, são antagônicos e complementares, e, contudo, são fundamentais para aqueles que querem se aventurar em conhecer e estudar os grandes complexos paisagísticos presente no território brasileiro.

sábado, 11 de abril de 2009

Os Biomas Terrestres

O Conceito de Bioma.

O termo Bioma designa uma região da Terra com características climáticas específicas que a distinguem das restantes regiões e que possui um sistema biológico e ecológico homogéneo e que se inter-relaciona, com determinadas características que a identificam.


Os Principais Biomas Terrestres.



Vale lembrar que bioma e domínio morfoclimático são conceitos diferentes, uma vez que o último não apresenta, necessariamente, um ambiente uniforme.

Mapa com os Biomas da Terra

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Yves Lacoste


Yves Lacoste, nasceu no Marrocos, em Fez, em 1929. Geógrafo e Historiador francês. É professor da Sorbone, e especialista no tema "Subdesenvolvimento". Seus estudos são centrados em geografia economica e social, assim como geopolítica e história e geografia dos países em desenvolvimento. Fez duras críticas à epistemologia da geografia, criticando a "geografia tradicional francesa" e também Vidal de La Blache, em seu livro mais célebre e clássico, "A Geografia, serve em primeiro lugar, para fazer a Guerra". Livro bastante polêmico, de início funcionou como uma bomba-atômica sobre os principais acadêmicos franceses, que relutaram em ler o subersivo "livro da capa azul". No entanto, as críticas elaboradas por Lacoste eram contundentes e não podiam mais ser ignoradas, e assim, o autor contribuiu para derrubar o paragima da geografia regional francesa, se tornando um dos principais teóricos da geografia moderna.
É um dos fundadores da Revista HÉRODOTE, em 1976, onde, junto com outros teóricos de destaque na França defende e difunde sua metodologia geográfica.

Algumas de suas principais obras são:
  • Os Países Subdesenvolvidos, 1959.
  • Geografia do subdesenvolvimento, 1965.
  • A Geografia, isso serve em primeiro lugar, para fazer a Guerra, 1976
  • Funda a Revista "HÉRODOTE", em 1976
--------------------------------------------------------------------------------------------------MaisMais
Mais:
link para "A Geografia, isso serve em primeiro lugar, para se fazer a guerra". Livro on-line.
link para "Revista Hérodote" em Francês.

Aroldo de Azevedo

Aroldo de Azevedo nasceu em 03 de Março de 1910, na cidade de Lorena, e faleceu na cidade de São Paulo, no dia 04 de Outubro de 1974. Formou-se em direito, porém, nunca exerceu a profissão de advogado, pois sua paixão sempre foi a Geografia. licenciou-se em História e Geografia pela Universidade Estadual de São Paulo, sendo um dos primeiros brasileiros a se tornar professor de Geografia da USP. Foi pioneiro na publicação de livros didáticos de Geografia, e marcou toda uma geração de alunos e professores.

Aroldo de Azevedo foi o primeiro a elaborar um mapa-síntese do relevo brasileiro, bastante divulgado no ensino de Geografia, por ser uma classificação simples, e baseada na Altimetria do relevo. Esta classificação foi proposta em 1949, e dividia o relevo brasileiro em:

  • Planaltos - área com mais de 200 metros de altitude.
  • Planícies - áreas inferiores a 200 metros de altitude.

Esta classificação foi muito importante na época, e seu pioneirismo nos estudos do relevo brasileiro é lembrada até hoje pela sua facilidade e poder de síntese.
Entre suas principais obras destaca-se:


  • Subúrbios orientais de São Paulo (1945)
  • Regiões e paisagens do Brasil (1952)
  • Vilas e cidades do Brasil colonial (1956)
  • Panorama da produção agropecuária brasileira (1960)
  • Cochranes do Brasil (1965)
  • O mundo antigo (1965).
  • Brasil - a Terra e o Homem (1964)

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Geopolítica.

Geopolítica é uma ciência interdisciplinar que estuda os Estados Nacionais como entidades que se relacionam hierarquicamente, considerando o papel político internacional que as nações desempenham em função de suas características geográficas — como localização, território, posse de recursos naturais, contingente populacional, etc...

É o estudo da estratégia, da manipulação, da ação. Estuda o Estado enquanto organismo geográfico, ou seja, é o estudo da relação intrínseca entre a Geografia e o poder.

Método de análise que utiliza os conhecimentos da geografia física e humana para orientar a ação política do Estado.

A Geopolítica não deve ficar restrita apenas aos acadêmicos especializados, geógrafos ou não; é um conhecimento ao alcançe de todos. É fundamental para compreender o mundo contemporâneo.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Imagens de Satélite disponiveis na Internet

Existem vários sotwares que permitem manipular Imagens de Satélite e Dados digitais. Para quem ainda não sabe utilizar esses softwares, ou não os possuem, mas querem utilizar Imagens de Satélite em Sala de aula, uma boa alternativa é usar imagens já processadas.

O INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, possui um Catálogo de Imagens, que todos podem utilizar. Há ainda, imagens de satélite das capitais brasileiras, que podem ser usadas em sala de aula, com muita facilidade, basta salvar as imagens e imprimi-las







São Paulo - SP . Sensor: CCD/CBERS-2Órbita
Ponto: 154_126
Composição: R3G4B2
Data: 30/12/2004.

Fonte da Imagem: INPE







quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Os Domínios Morficlimáticos.

O Brasil, país tropical de grande extensão territorial, apresenta uma geografia marcada por grande diversidade. A interação e a interdependência entre os diversos elementos da paisagem (relevo, clima, vegetação, hidrografia, solo, fauna, etc.) explicam a existência dos chamados domínios morfoclimáticos, que podem ser entendidos como uma combinação ou síntese dos diversos elementos da natureza (principalmente relevo e clima), individualizando uma determinada porção do território (área core ou nuclear de um domínio morfoclimático ou de um BIOMA terrestre).


Os domínios morfoclimáticos brasileiros são definidos a partir das características climáticas, botânicas, pedológicas, hidrológicas e fitogeográficas. Devido à grande extensão territorial do Brasil, encontram-se domínios muito diferenciados uns dos outros. De acordo com o geógrafo Aziz Ab’Sáber (1970), o Brasil apresenta seis principais domínios:


I – Domínio Amazônico – região norte do Brasil, com terras baixas e florestadas, com amplas depressões, e planícies ao longo dos rios, onde se tem um grande processo de sedimentação. Área de clima e floresta equatorial. Apresenta uma fauna bastante exótica e diversificada.

II – Domínio dos Cerrados – região central do Brasil. O relevo predominante é constituído de planaltos com inúmeros chapadões. A vegetação de Cerrado apresenta diferenças fitofisionomicas relevantes. Possui uma fauna singular, com animais de médio porte.

III – Domínio dos Mares de Morros – região leste/sudeste do Brasil, parte do litoral e do planalto atlântico, onde se encontra a floresta Atlântica que possui clima diversificado. Sua fauna apresenta grande biodiversidade e muitas espécies estão ameaçadas de extinção devido a fatores econômicos e a antiga ocupação territorial.

IV – Domínio das Caatingas – região nordeste do Brasil, área de formações cristalinas, com depressões interplanálticas. O clima predominante é o Semi-árido. A Flora é Xerófita, com plantas espinhentas e várias espécies de cactáceas. A fauna é adaptada as condições ecológicas locais.

V – Domínio das Araucárias – região sul brasileira, área nuclear do pinheiro brasileiro (araucária), região de planaltos e de clima subtropical. Devido à exploração econômica (madeira e celulose) pouco resta da mata de araucária. A região apresenta fortes processos erosivos.

VI – Domínio das Pradarias – região sudeste do Rio Grande do Sul. Área de extensos campos (vegetação rasteira) conhecidos como “Pampas gaúchos” e que se estende para outros países da America do Sul. O Clima é subtropical. Área com latifúndios agropastoril.

Entre os seis grandes domínios acima relacionados, inserem-se as faixas de transição, que apresentam elementos típicos de dois ou mais domínios ou biomas. Assim, encontramos paisagens diferenciadas e com características peculiares, como o Pantanal, o Agreste, a Mata de Cocais, as Dunas e a vegetação litorânea.